1. O Erro Comum na Criação de Filhos e a Hierarquia das Prioridades

Existe uma tendência comum e perigosa na criação dos filhos: repetir, de forma invertida, os erros cometidos por nossos próprios pais. O palestrante observa que, geralmente, aquilo que mais nos feriu na infância, tentamos evitar a todo custo com nossos descendentes, resultando em um erro de sinal contrário. Para interromper esse ciclo e educar com propósito, é fundamental fazer um exercício de autoanálise.

A Lição da Reciprocidade:

"A gente costuma errar com os nossos filhos, geralmente o contrário daquilo que erraram com a gente. Geralmente é o contrário. Então para saber aonde você está errando, você primeiro precisa entender aonde que erraram com você."

Ao compreender o próprio passado, o indivíduo se capacita para buscar a cura e estabelecer uma hierarquia de prioridades correta. As coisas mais importantes na vida, segundo a orientação, não são apenas os filhos.

A Ordem da Prioridade:

  1. Deus: O ponto mais alto da hierarquia.
  2. Si Mesmo: Antes de se conectar a Deus, é preciso acreditar em si.

A educação dos filhos, embora vital, deve ser o resultado e não a base dessa ordem. Um dos maiores equívocos é negligenciar a cura pessoal e a conexão com o Divino, esperando que a bondade se manifeste automaticamente no cuidado com os filhos. Para corrigir o trajeto, é preciso cultivar a cultura do perdão: ser rápido em perdoar e rápido em pedir perdão.

Como sugestão prática para iniciar essa jornada de ressignificação, o palestrante recomenda a todos a tarefa de assistir (ou reassistir) ao filme "A Cabana" (The Shack), para que o entendimento do processo de cura e de conexão se estabeleça.


2. A Maturidade e a Descoberta Vocacional: Além da Idade

A vocação dos filhos é um tema diretamente ligado à orientação parental, pois os pais têm a responsabilidade de participar ativamente na descoberta vocacional de seus filhos. Contudo, existe uma confusão comum entre idade e maturidade quando se trata de grandes decisões.

O palestrante argumenta que, embora um adolescente atinja a idade cronológica para tomar decisões sobre sua futura profissão, ele geralmente carece da maturidade necessária para tal escolha. Adolescentes de 14, 15 ou 16 anos estão em uma fase de imaturidade inerente à idade, mas a imaturidade não é sinônimo de falta de tempo.

A Verdadeira Origem da Maturidade:

A maturidade, ao contrário do que muitos pensam, não é um subproduto automático da passagem do tempo.

"Maturidade não vem com o tempo. A maturidade vem com a orientação que você entrega para ele." "Com o tempo vem a velhice."

A distinção é crucial. O tempo traz o envelhecimento, mas não garante a sabedoria ou a capacidade de lidar com a vida. O orador exemplifica isso mencionando o "pai de 40 que parece um bebezão", incapaz de passar por um problema sem quebrar emocionalmente. Por outro lado, há o "menino de 15 que parece um homem". Isso demonstra que a maturidade é algo que pode e deve ser plantado na criança por meio de uma orientação intencional.

Essa orientação é amparada por um princípio bíblico fundamental, extraído de Provérbios:

"Ensina a criança no caminho que ela deve andar e quando ela for velha, ela não vai se desviar do caminho." (Provérbios 22:6, adaptado)

O "caminho" a que o versículo se refere é o pilar da vida que se estabelece quando há a orientação correta. Quando o ensino é dado, o filho, ao crescer, é capaz de:

  • Escolher a profissão dela.
  • Casar com a pessoa certa.
  • Desenvolver bem o que tem que fazer.
  • Transformar pessoas, mudar pessoas, e fazer a coisa certa.

Portanto, o cerne da educação não é apenas dar tempo, mas sim entregar o caminho, garantindo que o filho não se desvie, pois, conforme o texto bíblico, existe um caminho.


3. Superando a Síndrome da Orfandade e a Conexão com o Divino

O erro de criar os filhos sem a orientação de um "caminho" (mencionado em Provérbios 22:6) é uma forma de negligência que, paradoxalmente, é frequentemente justificada como "criação livre". Essa falta de direcionamento leva ao desenvolvimento da Síndrome da Orfandade.

Características da Síndrome da Orfandade:

A Síndrome da Orfandade manifesta-se em duas desconexões emocionais críticas:

  1. Não se conectar emocionalmente com Deus.
  2. Não se conectar emocionalmente com as pessoas.

Esta desconexão com o próximo é tão previsível que o palestrante sugere um sinal de alerta prático: se seu parceiro(a) não consegue se conectar emocionalmente com você, a primeira pergunta a ser feita é sobre a relação dele(a) com os pais.

O Papel do Pai na Conexão Emocional:

O pai (ou a figura paterna) é o ponto de conexão central. Se o filho, seja ele homem ou mulher, não conseguir se conectar com um pai que seja considerado bom, ele terá uma dificuldade extrema em se conectar emocionalmente com outras pessoas no futuro. A figura paterna atua como um elo entre o indivíduo e a capacidade de relacionamento humano e divino.

O Processo de Cura e Ressignificação:

A cura para essa síndrome passa por um processo de ressignificação. É necessário trabalhar a perspectiva do passado e do futuro:

  • Passado: Ressignificar os eventos e as dores da criação.
  • Futuro: Construir um plano, estabelecer projeções e um propósito claro para a vida.

O filme "A Cabana" é novamente usado como ilustração desse processo. O personagem principal, o pai que perde a filha, está inicialmente indiferente em relação à fé, mesmo frequentando a igreja. Ele é forçado a passar por um processo de cura profunda. Um detalhe crucial é a forma como Deus se manifesta a ele: na figura de uma mulher. O palestrante explica o simbolismo: o personagem jamais aceitaria a cura se Deus lhe aparecesse como um homem, pois o trauma da orfandade estava ligado ao primeiro homem de sua vida: seu próprio pai. A cura, portanto, exige uma superação da barreira emocional criada pela figura paterna falha.


4. A Essência da Provisão e a Convicção do Homem

A dor da orfandade, causada pela ausência ou falha da referência paterna, deixa marcas profundas, especialmente nos filhos homens. Para o menino, o pai é o primeiro homem com quem ele se relaciona, estabelecendo o modelo para seu futuro papel.

A Perda da Característica Essencial:

Um filho que cresceu com a síndrome ou complexo de orfandade enfrentará grande dificuldade em se posicionar no futuro. Homens que não tiveram a devida referência de um pai perdem a característica essencial de um homem: ser provedor.

A provisão, neste contexto, transcende a mera capacidade de prover dinheiro ou bens materiais. É uma qualidade mais profunda, que envolve a capacidade de assumir a responsabilidade e ser a âncora de segurança para os que estão sob seu cuidado. A falta de um pai provedor gera um homem que não é convicto de seu próprio valor e papel.

O Ciclo da Dor e a Solução:

Para que a solução (a orientação e a cura) seja efetivamente absorvida, é imperativo que o ouvinte ou leitor reconheça primeiro a sua dor. O palestrante utiliza essa técnica intencionalmente:

"Se eu não falar da dor, você não se conecta com a solução. Quando eu aplico para você a solução, você encaixa a solução em alguém que você reconhece que tem o quê? Essa dor."

Se a dor não for sentida, o indivíduo não assume a mensagem para si ("receba o que eu estou falando para você"), mas sim a projeta em terceiros ("Fulano tinha que estar aqui"). É somente através do reconhecimento da carência de provisão e convicção que se abre o caminho para a transformação e o desenvolvimento da maturidade.


5. A Mulher e a Busca pelo Homem Provedor

O reflexo da presença ou ausência da provisão paterna no homem tem um impacto direto e significativo nos seus relacionamentos afetivos, especialmente no que tange à mulher.

O Desejo Feminino por Convicção:

O palestrante afirma que uma mulher se entrega emocionalmente e facilmente a um homem que incorpora a característica de ser provedor. É um anseio intrínseco:

"Mulher gosta de um homem provedor."

Entretanto, é crucial diferenciar o desejo por provisão da necessidade de dependência. A mulher moderna não quer depender de um homem. Ela deseja, sim, ter a certeza de que ele é uma âncora de segurança.

O que a mulher realmente busca é a confiança e a segurança de que o homem ao seu lado pode ser um pilar em momentos de crise. O desejo se manifesta na expectativa de que, se algo ruim acontecer, aquele homem baterá no peito e assumirá a responsabilidade:

"Ela quer ter certeza de que se algo ruim acontecer, aquele homem dela bate no peito e diz assim: Deixa comigo."

Esse gesto de convicção e provisão emocional e situacional é o que desperta a entrega e a admiração feminina.


6. Convicção e Beleza: O Critério de Desempate

O ponto final da discussão sobre o que atrai a mulher e estabelece a fundação para o casamento é a distinção entre a atração superficial e a atração profunda, que está ligada à convicção.

O palestrante resume o processo de relacionamento: é relativamente fácil para um homem conseguir se casar. O requisito essencial não é a aparência, mas sim a convicção:

"É fácil o homem casar? Só precisa ser convicto."

A Convicção Antes da Aparência:

A mulher não busca primariamente um "cara bonito". O desejo principal, que serve como pilar de segurança, é por um homem convicto. A beleza física só entra em cena em um estágio posterior do processo de seleção:

"Mulher não quer um cara bonito, não gente, ela quer primeiro um cara convicto. De todos os convictos que apareceram, ela escolheu o mais bonitinho." "Então, beleza é critério de desempate."

Essa analogia estabelece que a convicção—o senso de propósito, provisão, e posicionamento—é o critério de entrada no relacionamento, enquanto a beleza é apenas um fator de refinamento entre as opções já qualificadas.

A Raiz da Inconvicção:

O perigo da orfandade ressurge como a principal ameaça à convicção de um homem.

"Só que se esse homem não teve a presença de um pai, ele não é convicto."

Dessa forma, a educação de um pai presente e provedor (no sentido de ser um pilar de referência e responsabilidade) não apenas assegura o futuro do filho na vocação e no caminho certo (Provérbios 22:6), mas também determina sua capacidade de se posicionar como um parceiro emocionalmente seguro e convicto, que é o que a mulher busca em última instância.

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há 6 horas
Matéria: Desenvolvimento Pessoal
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